Platão + Extra: A República de Platão

Platão,  em detalhe da escola de
Atenas. De Rafael Sanzio.   
        Um dos grandes filósofos gregos foi Platão (427/348 a.C.) , autor de diversos diálogos  filosóficos e fundador da academia em Atenas. (Primeira instituição de ensino superior do mundo ocidental). Juntamente com Aristóteles e Sócrates, Platão ajudou a construir os alicerces da filosofia natural, e da ciência. Acredita-se que seu nome verdadeiro tenha sido Arístocles, Platão era apenas um apelido referente a sua característica física.


 Vida

        Inicialmente Platão entusiasmou-se com a filosofia de Crátilo. No entanto, por volta dos vinte anos de idade, encontrou-se com o filósofo Sócrates, tornado-se assim seu discípulo até a morte do mesmo. Aos quarenta anos, Platão fez uma viajem à Magna Grécia (localizada na península itálica), com o intuito de conhecer mais de perto a comunidade pitagórica. Nesta ocasião chegou a conhecer Arquitas de Tarento (filosofo grego). Na sua volta, fundam então a Academia de Atenas, logo a instituição adquiriu prestígio.
        Platão morreu aos oitenta e um anos, na academia e em sua lapide estava escrito "Aqui jaz o divino Arístocles" e também  "Que em prudência e justiça soube exceder a todos os mortais... Se a  sabedoria elava alguém às alturas... Este a conseguiu".


O Pensamento Platônico

       Platão desenvolveu principalmente a Teoria das Ideias,  esta teoria assevera que a realidade mais fundamental é composta por ideias ou formas abstratas, mas substanciais. Para ele estas ideias ou formas são os unicos objetos a ponto de oferecer verdadeiro conhecimento.
       Para Platão, uma determinada caneta, terá determinados atributos (cor, tamanho, formato), outra caneta terá outros atributos, sendo ela uma caneta tanto quanto a outra.
       O problema que Platão se propõe a resolver é a tensão entre Heráclito e Parmênides, dois filósofos. Heráclito, acreditava que o ser é a mudança, tudo esta em constante movimento e é uma ilusão de estaticidade, ou a permanência de qualquer coisa , já para Parmênides, o movimento é que é uma ilusão.
       Por exemplo, o que faz com que uma árvore seja ela mesma desde a semente até sua morte, há uma mudança tanto da árvore em relação a si mesma (cresce), quanto da arvore com outra árvore. Para Heráclito, a árvore esta sempre mudando, e para Parmênides, ela nunca muda, ela é sempre a mesma, e sua mudança é uma ilusão. Platão resolveu isso com sua Teoria das Ideias. Quanto a ideia da árvore, a sua mudança deve-se ao fato de ser uma pálida representação de Ideia de Árvore.
       Platão também elaborou uma teoria gnosiológica, ou seja, uma teoria que explica como se pode conhecer as coisas, ou ainda, uma teoria do conhecimento. Segundo ele, ao ver um objeto repetidas vezes, uma pessoa se lembra, aos poucos, da Ideia daquele objeto que viu no mundo das Ideias.


Conhecimento

       Platão, como seu mestre Sócrates, não buscava as verdadeiras essências da forma física do homem como buscava Demócrito e todos seus seguidores, pelo fato destas coisas serem incoruptiveis, ou seja, variam, mudam, surgem e se vão. Platão na verdade buscava o essencial das coisas, pois a verdade não pode variar e, se há uma verdade essencial para os homens, esta verdade deve valer para todas as pessoas.
       Platão não defendia que todas as pessoas tivessem igual acesso à razão> Apesar de todas terem a alma perfeita, nem todos chegavam à contemplasão absoluta do mundo das ideias.


O homem e a alma

       O homem para Platão era dividido em corpo e alma. O corpo era o matéria, já a alma era o imaterial e o divino que uma pessoa possuía. Enquanto corpo muda o tempo todo, a alma não, temos a alma perfeita desde que nascemos, porém não sabemos disto. As verdades essenciais estão inscritas na alma eternamente, porém, ao nascermos, nós as esquecemos, pois a alma é aprisionada no corpo do ser humano. 
       No pensamento Platônico a alma era dividida em três partes:
          1= Racional: cabeça; sua virtude é a sabedoria e prudência e também é ela que tem que controlar as duas outras partes da alma.
          2= Irascível: tórax; parte da impetuosidade, dos sentimentos. Sua virtude é a coragem.
          3= Concupiscente: baixo ventre; apetite desejo, mesmo carnal (sexual), ligado ao libido. Sua virtude é a moderação ou temperança.  

Na Foto pintada por Rafael Sanzio na academia de Atenas, podemos notar além de Platão (destacado no centro da figura), outros grandes filósofos como Aristóteles, Sócrates, Pitágoras (filósofo e matemático) e também o auto retrato de Rafael Sanzio.

Obras


       Alem de se dedicar a pintura e à poesia, Platão se dedicava em escrever textos corais e à tragedias para teatro, hoje já não existem mais.
       Do talento literareiro para as artes sênicas, provavelmente originou-se o seu gosto pelo diálogo, formato que definiu o seu legado de mais de trinta e cinco escritos filosóficos, na maioria deles, Sócrates aparece como protagonista.
       Os diálogos de Platão são divididos em três fazes:
       = Filosofia de Sócrates- mais dedicados a virtude e à ciência
       Diálogos da 1º fase: Criton, Hípias Menor, Alcibíades I, Laques, Cármides, Ion.    
       2º e 3º= Mesmo se Sócrates o protagonista, acredita-se que ali estejam as próprias ideias de Platão.
       Diálogos da 2º faze : Protágoras, Górgias, Eutidemo, Crátilo, Menon, Menéxenes, Lisis, Banquete e Hipias Menor.
        Diálogos da 3º faze: República, Teeteto, Fédon e Parmênides. 
       Na faze classificada como "Diálogos da velhice de Platão" (361 - 347a.C.) podemos notar a influencia de outro grande filósofo, o Aristóteles. OS diálogos desta faze são: Sofista, Político, Filebo, Timeu, Crítias, Alcibádes II, Teages, Clitófon, Minos, Leis e Epínomis.
       Um grande mito criado por Platão é o Mito da caverna: é uma metáfora sobra a ilusão do mundo sensível. Platão acredita que tudo que existe no mundo sensível, (pessoas, animais, conceitos abstratos) existe antes em um mundo inteligível, onde fica sua ideia perfeita correspondente. 
       Para ele o mundo dos sentidos é uma imitação perfeita ou similar do ao mundo das ideias.



 
A República de Platão


A República é um diálogo socrático escrito por Platão, filósofo grego, no século IV a.C.. Todo o diálogo é narrado, em primeira pessoa, por Sócrates.

Em A República, Platão idealiza uma cidade, na qual dirigentes e guardiães representam a encarnação da pura racionalidade. Neles encontra discípulos dóceis, capazes de compreender todas as renúncias que a razão lhes impõe, mesmo quando duras. O egoísmo está superado e as paixões, controladas. Os interesses pessoais se casam com os da totalidade social, e o príncipe filósofo é a tipificação perfeita do demiurgo terreno.


Documentário: (legendado)




Vídeo:



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